segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Contando historias...

Certa vez, um casal que se amava muito queria muito ter uma filha, mas nunca conseguiam. Até que voltando do bosque, eles ouvem um choro entre as arvores e saiem correndo para ver o que era. Eles encontraram uma cesta com uma bebe dentro...um lindo bebe. Mais que depressa, eles pegam o cesto e levam para casa, tentando imaginar o que poderia ter acontecido para aquela jovem criança, com alguns meses de vida, estar abandonada no bosque. De qualquer maneira, eles adotaram a pequena e frágil menina e a deram o nome de Liz. Liz, foi crescendo, crescendo, crescendo e algo em especial despertava a curiosidade de seus pais adotivos. Ela queria voar, mas queria voar mesmo, não era confete não, ela falava em voar, sonhava em voar e até mesmo ficava batendo as asas para tentar sair do chão. Ela sempre dizia para os pais, “vou lá em cima, lá em ‘cimão’ mesmo, vou pegar nas nuvens e voltar para trazer um pouco para vocês”. E quanto mais ela crescia, essa vontade de voar aumentava. Quando Liz completara seus 10 anos, passa pela cidadezinha que ela morava um circo, não muito grande, mas um circo daqueles que saiam pelos vilarejos fazendo espetáculos e animando as crianças.Os pais adotivos, como todos os pais, levaram Liz para assistir o espetáculo. Nossa como ela ficou impressionada. O mágico, os palhaços e principalmente os equilibristas. Quando o espetáculo acaba, Liz sai correndo e vai conversar com apresentador do circo, que também era o ilusionista. Ela disse que tinha adorado o espetáculo, e pediu muito para que ele a ensinasse a voar. Ele responde curioso com o que a menina tinha dito, “Voar? Eu ouvi bem, você disse que quer voar?”. A menina apenas balança a cabeça com um grande sorriso. Nesta hora, os pais de Liz chegam e começam a conversar com ilusionista que depois descobrem se chamar Zark. Depois de esclarecido o mal entendido, Zark pede aos pais da menina, para junto com sua esposa levá-la com eles, para a menina aprender o oficio do circo e depois de muita pratica, quem sabe até voar. Puxa...isso pega os pais de Liz de surpresa. Como é que alguém pede para levar a filha que eles amam tanto? Abandonar mais uma vez a menina que eles encontraram no bosque? Mas porque não dar a oportunidade da menina realizar seu grande desejo? Depois de muita conversa, eles deixam Liz ir com Zark e sua esposa, Morgana. Na despedida, aquela saudade apertando o peito. Abraça de um lado, beija do outro e finalmente Liz parte para uma jornada que ela nem imaginava o que estava por vim. E eles comeram a viajar para todos os cantos possíveis e imagináveis. Zark ensinava tudo que sabia para a menina, que de certa forma, levava muito jeito para a arte circense e Morgana tratava a menina como uma filha. Não demorou muito para Liz entrar no picadeiro e começar a ser malabarista e equilibrista. Ela nunca esqueceu sua primeira apresentação, não sabia se olhava para o publico, se jogava os malabares ou se saia correndo e voltava para atrás do picadeiro. Mas com tudo isso, a menina nunca tinha esquecido do seu sonho, do seu grande sonho que era voar, e sempre perguntava insistentemente para Zark e Morgana quando ela finalmente voar. Quando Liz completa 16 anos de idade, Zark e Morgana fazem uma festinha para ela, com o pessoal do circo e depois caminham com Liz para passear por uma floresta que tinha na cidade que dessa vez eles tinham parado. Liz, pergunta aos dois quando ela ia voar de fato. “Mas Liz, você já voa através do trapézio. Você rasga o ar com a sua beleza”. Mas a menina diz que não, que queria voar como os pássaros. “Mas Liz, isso é só uma aventura ou é algo especial para você”, pergunta Morgana, sendo imediatamente respondida por Liz dizendo que era isso que ela mais queria fazer no mundo. Ouvindo isso, Zark e Morgana trocam rapidamente olhares. Olham ao seu redor. Eles observam uma arvore a uns 100 metros de distancia deles e com uma altura que nem dava para ver o topo dela direito. “Liz, você vai voar agora. Está vendo aquela arvore ali? Suba nela e só pare quando estiver no topo”. A menina sem entender direito, segue as “ordens” daquele homem que durante 6 anos tinha cuidado dela como se fosse uma filha dele e ensinado tudo que ele sabia. “Tudo bem que em diversos momentos ele brigou comigo, disse coisas absurdas, mas ele tinha cuidado de mim”, pensava ela. A menina, começa a subir, subir, subir. Lá de baixo, Morgana começara a perder a menina de vista. Quando Liz chega no topo, ela dá um grito dizendo que chegou. Morgana agora toma a rédia as situação. “Se você tiver coragem, e realmente quiser voar...se solte da arvore...AGORA”. Liz apavorada com a altura e com a visão de tinha de baixo ficou com medo. “Vamos logo se solte”, disse Zark. Ao mesmo tempo a menina estava cheia de adrenalina e via a chance de realizar o que tanto quis e procurou, e de repente...
Liz tremula, solta suas mãos, abre os braços e pula da arvore...

domingo, 6 de janeiro de 2008

O Elevador

Quando eu era mais nova - porque de velha não tenho nada – eu sempre brincava com minhas amigas sobre “adivinhações”, “o que é o que é?”, “quem sou eu?” e essas coisas que crianças adoram brincar. Lembro-me claramente de uma das perguntas, “qual o único meio de transporte que não faz curva?”, ficava pensando, pensando, pensando e para a minha surpresa, a resposta era um meio que me fascinada e me fascina ainda hoje, o elevador.
Não me lembro ao certo a primeira vez que entrei em um elevador, mas lembro que minha mãe disse que meus olhos brilhavam, brilhavam e minha boca custava a se fechar. Quando o elevador “falava” comigo perguntando o andar que eu queria ir, informando a hora certa, ou então avisando se o elevador estava subindo ou descendo me deixava mais fascinada ainda. Como se diz em marketing, este advento me deixou encantado, superando minhas expectativas. Ficava horas e horas tentando entender como aquele mecanismo funcionava e admito que até hoje não sei exatamente como acontece.


A vida é uma coisa bastante engraçada, o que me tirava o fôlego no passado hoje me faz refletir em como ele influencia o convívio humano. Desculpe-me a intimidade, mas você que está lendo esse texto seja em sua casa, esperando ou elevador ou nele mesmo, já deve ter passado por uma situação constrangedora dentro deste meio de transporte. Quando digo constrangedora, quero emplacar o mais amplo sentido desta palavra. Quantas vezes você já esteve do lado de uma pessoa desconhecida, cumprimentou a pessoa como uma voz bem baixa – quando falou alguma coisa – e não ouviu resposta do outro lado, indo os dois calados, estáticos sem dar uma palavra. Ou então quando, você mulher, se sentiu paquerada, ou até mesmo percebeu olhares mais insinuantes em direção ao seu corpo. Um dos que eu mais gosto é quando sempre tem um “gaiato(a)” para ficar de conversinha com você, quando o que mais se quer é chegar em casa, tomar banho e dormir.
Eu entendo, eu entendo tudo isso, mas você já se perguntou porque a maioria dos celulares não pega / pegava dentro do elevador? Por que a cada dia que passa malmente conhecemos o nosso vizinho de porta, ou então como em algumas vezes já aconteceu comigo que eu entro no elevador e vejo um rosto desconhecido, e para a minha maior surpresa, percebo que essa pessoa já mora no prédio há alguns anos. Porque a cada dia nos isolamos em nossos “mundos particulares” e esquecemos que não estamos no “mito da caverna” como já disse o grande filosofo Sócrates.
Acho que questionamentos como esse nos fazem repensar muito em como estamos levando a nossa vida. Já diria Oswaldo Montenegro, “aonde você ainda se reconhece, na foto passada ou no espelho de agora”, na sua linda e triste canção “A lista” – a qual eu recomendo que todos ouçam, e a qual acredito que fala por si só.
Se encontrarem o caminho parecido com o qual cheguei, uma série de possibilidades poderá surgir na sua cabeça. Sei lá, sair abraçando todos os quais nos rodeiam - o que para mim seria excelente, mas se não se acha tão audacioso, lembrem-se que se relacionar com quem está próximo conosco é necessário e fundamental para qualquer ser humano, além de ser bastante sadio, de se trocar experiências e laços afetivos e tantas outras coisas boas as quais podemos fazer.
Comecemos bem esse ano...Pense nisso!
“Vamos consertar o mundo, vamos começar lavando os pratos. Nos ajudar um aos outros, me deixar amarrar os seus sapatos”.
Hebert Vianna